As marcas chinesas de carros estão adotando uma estratégia radical: unem tecnologia de ponta e luxo a preços abaixo do mercado, mesmo que isso signifique vender no prejuízo. Foi o que constatou a consultoria sa A2MAC1 em seu mais recente estudo, divulgado nos EUA, em maio.
Segundo a A2MAC1, as fabricantes da China têm custos 38% menores que as montadoras ocidentais. Cadeias de suprimentos locais, estruturas enxutas e desenvolvimento ágil, com novos modelos sendo lançados na metade do tempo, explicam essa diferença.
O estudo ainda revelou que as montadoras chinesas perdem dinheiro por cada veículo fabricado. A Xiaomi, por exemplo, tem prejuízo de US$ 9.200 por cada SU7 Max vendido – rival direto do Tesla Model 3. O motivo? Investimentos pesados em IA e direção autônoma.
Tecnologia que custa caro
No relatório do estudo, a consultoria sa aponta que sistemas avançados de tecnologia presentes nos modelos chineses acrescentam 2% ao custo por veículo. Mesmo assim, os preços finais seguem inferiores aos concorrentes ocidentais, graças à escala industrial e matéria-prima mais ível.
A estratégia mira participação de mercado, não rentabilidade imediata. A BYD ilustra o sucesso desse modelo: hoje figura entre as maiores fabricantes globais após anos de preços agressivos.