No dia 3 de junho, São João del-Rei será palco de mais uma edição dos fóruns voltados à “Promoção dos Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal - Patrimônio Cultural Brasileiro e da Humanidade”. O evento acontecerá na Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ) - Campus Santo Antônio, a partir das 14h, na Praça Frei Orlando, 170, no Centro da cidade.
A realização do fórum conta com a parceria da Associação dos Produtores de Queijos Artesanais de Minas do Campo das Vertentes (AQMAV) e da Emater-MG. O principal objetivo é preservar e valorizar a importância cultural do Queijo Minas Artesanal, cujos saberes relacionados à sua produção foram recentemente reconhecidos como Patrimônio Cultural Imaterial pela Unesco.
Este será o oitavo de um total de dez encontros, com entrada gratuita e aberto a toda a comunidade. A iniciativa cria um espaço privilegiado para que produtores, autoridades locais e apreciadores da cultura queijeira possam dialogar sobre os desafios e perspectivas da fabricação do Queijo Minas Artesanal.
Atualmente, a AQMAV reúne 11 produtores de Queijo Minas Artesanal na região do Campo das Vertentes, sendo que apenas um deles ainda não possui registro em órgão de fiscalização. Além desses, há outros três produtores registrados que, no entanto, não integram a associação.
Para Maria Teresa Viana Boari, presidente da AQMAV, o reconhecimento internacional ampliou a responsabilidade dos produtores: “com o registro dos 'Modos de Fazer' na Unesco, sabemos que nossa missão se tornou ainda maior, especialmente enquanto associação. Mesmo que alguns produtores deixem de fabricar, o queijo precisa continuar existindo. Por isso, o apoio do poder público é fundamental para garantir e aos produtores e às entidades que realizam esse trabalho tão importante.”
A região do Campo das Vertentes também se destaca pela expressiva produção do Queijo Minas Artesanal. Somente em 2024, foram produzidos cerca de 128 mil quilos, volume que inclui doze produtores com registro na área caracterizada e outros dois registrados em áreas não caracterizadas, localizados nos municípios de Santa Bárbara do Tugúrio e Alto Rio Doce.
Odair José Gerônimo, gerente regional da Emater-MG em São João del-Rei, enfatiza que o fórum representa mais uma conquista significativa para o Campo das Vertentes: “é um momento de reafirmação da nossa cultura e da nossa excelência produtiva. Agora que o modo de fazer foi reconhecido como Patrimônio da Humanidade, precisamos seguir avançando, com o fortalecimento da nossa organização e o apoio de políticas públicas. Este é o nosso momento.”
Os fóruns oferecem uma oportunidade para refletir sobre os impactos do reconhecimento concedido pela Unesco ao Queijo Minas Artesanal, promovendo a integração de diversos agentes: desde agricultores familiares até representantes do setor empresarial, dos serviços municipais de inspeção e dos conselhos de cultura, turismo e desenvolvimento econômico, contribuindo assim para impulsionar o turismo e a economia local.
Gabriela Santoro, diretora-presidente do Instituto Periférico, reforça a proposta central da iniciativa: “através dos fóruns, buscamos valorizar as técnicas envolvidas na produção do Queijo Minas Artesanal, celebrando os saberes seculares que fazem parte da nossa cultura alimentar. A participação das comunidades é essencial para o êxito do projeto, que visa não apenas preservar, mas também promover essa tradição tão rica de Minas Gerais. Trata-se de um momento de colaboração que fortalece tanto a identidade cultural quanto o desenvolvimento econômico das microrregiões.”
O projeto “Promoção dos Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal - Patrimônio Cultural Brasileiro e da Humanidade” é uma realização do Instituto Periférico, com recursos obtidos por meio da Plataforma Semente | Cemais, via Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). Conta ainda com parcerias importantes, como a Secretaria Estadual de Cultura e Turismo de Minas Gerais, o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG), o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e a Associação Mineira do Queijo Artesanal (Amiqueijo), além do apoio técnico da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural.