A ativista Greta Thunberg, uma das doze pessoas interceptadas no barco "Madleen", que seguia com ajuda humanitária para Gaza, foi deportada em um avião rumo à França nesta terça-feira (10), informou o governo de Israel. Em seguida, ela será extraditada para a Suécia.
Uma foto de Greta dentro do avião foi publicada pelo Ministério das Relações Exteriores de Israel no Instagram. Após fazer escala na França, o voo seguirá para a Suécia.
Todos os presos por Israel tentando levar ajuda humanitária a Gaza tiveram contato com cônsules dos seus países, segundo Israel. Eles foram instruídos a documentos de expulsão para serem enviados de volta.
Quem se recusar a os papéis de expulsão será levado a um juiz. "Aqueles que se recusarem a os documentos de expulsão e a abandonar Israel serão levados a uma autoridade judicial, de acordo com a legislação israelense, para que autorize sua expulsão", afirmou o ministro das Relações Exteriores de Israel, Gideon Sa'ar.
A equipe da ativista não comentou sobre a extradição dela até o momento. A missão humanitária Flotilha da Liberdade, que denunciou a tomada do barco pelas forças israelenses, também não se pronunciou sobre o assunto nesta manhã.
BARCO FOI DESVIADO POR ISRAEL NA MADRUGADA DESTA SEGUNDA-FEIRA (9)
O governo israelense interceptou a embarcação Madleen quando ela se aproximava de Gaza. O barco que transporta ajuda humanitária à Faixa de Gaza tinha um grupo de 12 ativistas a bordo, incluindo a sueca Greta Thunberg e o brasileiro Thiago Ávila.
ageiros da embarcação deverão "retornar aos seus países", disse o governo israelense. "O 'iate das selfies' das 'celebridades' está navegando com segurança em direção às costas de Israel", ironizou o Ministério das Relações Exteriores de Israel em comunicado.
"A pequena quantidade de ajuda no iate que não foi consumida pelas 'celebridades' será transferida para Gaza pelos canais humanitários reais", disse o governo de Israel, em nota.
O veleiro da Coalizão da Flotilha da Liberdade, um movimento internacional não violento de solidariedade com os palestinos, partiu da Itália no dia 1º de junho. Após uma escala no Egito, a embarcação se aproximou da costa de Gaza.
Em nota, a coalização informou na madrugada de nesta segunda-feira (9) a perda de comunicação com o barco. A tripulação foi "sequestrada pelas forças israelenses", acrescentou o movimento.
Em nota, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil havia apelado para o princípio da liberdade de navegação em águas internacionais. O Itamaraty também destacou "a necessidade de que Israel remova imediatamente todas as restrições à entrada de ajuda humanitária em território palestino, de acordo com suas obrigações como potência ocupante".
A Suécia, país de origem de Greta, disse prestar ajudar consular, mas ressaltou que havia advertido seus cidadãos a não viajarem para Gaza. A França, que tem seus cidadãos a bordo, entre eles a deputada Rima Hassan, exigiu o retorno imediato deles ao território francês. O Reino Unido pediu que os tripulantes sejam tratados com "com segurança e moderação, em conformidade com o direito internacional", e condenou a situação humanitária em Gaza, classificada como "terrível e intolerável".
MULHER DE THIAGO FAZ APELO NAS REDES
Lara, a mulher do brasileiro Thiago Ávila, que também foi detido, publicou um vídeo nas redes sociais pedindo apoio da população para libertação de seu marido e dos demais integrantes da embarcação interceptada por Israel. "Há alguns minutos a gente recebeu uma mensagem avisando que eles foram interceptados, estavam sendo atacados pelo Exército israelense, que o Exército estava subindo no barco", disse.
Ela pede que a população cobre governos e outras figuras públicas pela libertação da tripulação. Segundo Lara, o movimento é importante "para que a gente consiga seguir nessa missão e romper o cerco ilegal a Gaza".