Uma cerimônia, com a presença de ministros e outras autoridades, vai lançar, hoje, a tão sonhada municipalização do Anel Rodoviário de Belo Horizonte. O falecido prefeito Fuad Noman foi um entusiasta da proposta e batalhou muito nos últimos tempos para torná-la realidade. Acompanhei-o em muitas audiências em Brasília para tratar do assunto. Infelizmente, não estará com a gente neste momento importante, mas a cidade saberá que esse é mais um legado que ele deixou.

O Anel Rodoviário, com 27 km de extensão, recebe diariamente cerca de 120 mil veículos. Virou uma das principais vias de trânsito da capital e importante conexão entre os municípios da região metropolitana. Atualmente sob responsabilidade do governo federal, por meio do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), a transferência da gestão para a Prefeitura de Belo Horizonte trará uma série de oportunidades e benefícios que vão impactar diretamente a mobilidade urbana, a segurança viária e o planejamento urbano da capital mineira.

Com a autonomia necessária, a prefeitura vai gestar o planejamento e a execução de intervenções na via. Poderá atuar com mais rapidez em casos de emergência, implantar soluções tecnológicas (como sistemas inteligentes de tráfego) e realizar manutenções de forma mais eficiente, sem precisar de longos trâmites burocráticos.

Na cerimônia, serão anunciados os recursos reados pelo governo federal para assegurar obras de revitalização do Anel. Estão garantidos rees para construir dois viadutos, um para o à BR-040 e outro à Via Expressa, no valor de R$ 60 milhões. Há também a previsão de R$ 50 milhões que devem ser utilizados para reparos da rodovia, como recapeamento, recuperação de trechos e revitalização de sinalizações. No total, cerca de R$ 110 milhões devem ser liberados para as intervenções previstas no acordo de transferência da rodovia.
A partir das primeiras intervenções, muitas mudanças devem ser feitas na via.

É necessário completar a construção das pistas marginais laterais, dos dois lados. Isso vai melhorar muito o trânsito e vai dar mais segurança para aqueles que transitam entre os bairros, separando-os dos que estão transitando nas rodovias, já que cruzam o Anel as BRs 040, 381 e 262. Propus ao prefeito Álvaro Damião a constituição de um grupo de trabalho para estudar formas de realizar a regulação fundiária para tornar possível essa parte da revitalização.

A municipalização do Anel Rodoviário representa uma oportunidade estratégica para Belo Horizonte avançar em questões cruciais de mobilidade, segurança e desenvolvimento urbano. Embora haja desafios, especialmente em termos de orçamento e capacidade técnica, os ganhos potenciais em autonomia, agilidade e planejamento integrado são expressivos. Com uma gestão local comprometida e bem-planejada, o Anel Rodoviário pode deixar de ser um símbolo de problemas para se tornar um eixo de modernização e qualidade de vida para os mineiros.

As obras no Anel Rodoviário têm como objetivo salvar vidas, proporcionar mais segurança e facilitar o dia a dia de quem depende dessa via. Melhorar a trafegabilidade é fundamental para a qualidade de vida, porque o trabalhador não merece ficar preso no trânsito, e seus filhos têm que ter segurança para transitar naquela região.