A pergunta central deste texto vale um debate longo. Afinal, racismo é assunto só de pretos? Temos uma tendência natural a nos posicionar sobre dores que nos atingem. Uma mãe sabe dissertar sobre as dificuldades da maternidade. Um empreendedor consegue se posicionar sobre os desafios de manter um negócio de pé. Mas será mesmo que só eles têm um ponto de vista sobre essas situações?
O exemplo do empreendedor acho que pode evidenciar melhor o que estou tentando dizer. Se você é contratado como contador de um microempresário, você consegue dizer sobre os impostos a serem pagos por ele e a saúde financeira da empresa, certo? Mesmo que não seja empreendedor.
De forma simples, eu quis trazer o conceito de lugar de fala. O empreendedor fala sobre o negócio com a visão de quem está investindo. O contador fala usando a visão de quem conhece os números. O mesmo ocorre quando o tema é preconceito. Será mesmo que eu preciso ser integrante da comunidade LGBTQIAPN+ para eu me solidarizar com vítimas de transfobia? Então, a lógica é a mesma com o racismo.
“Mas eu não sou racista”, argumentam uns. “Eu até tenho amigos negros”, dizem outros. Há aqueles que até têm boa intenção: “Não basta não ser racista, é preciso ser antirracista”, afirmam. A “pegada” é essa mesmo. Mas, para além da intenção e do discurso, como é a sua forma de ser antirracista? Você se posiciona entre os seus pares quando percebe uma ação preconceituosa? Ou apenas não a replica"{ "targeting":{ "position": "AMP_inread_retangulo", "empresa": "Redação" "autor": "TATIANA LAGÔA" } }" rtc-config="{ "vendors": { "aps": { "PUB_ID": "600", "PUB_UUID": "ee79b9e9-a905-4adf-925b-211c64726bba", "PARAMS":{ "amp":"1" } }, "navegg": {"NVG_ACC":67531} } }" class="i-amphtml-layout-fixed i-amphtml-layout-size-defined" style="width:336px;height:280px;" i-amphtml-layout="fixed">