BRASÍLIA - O Ministério das Relações Exteriores condenou o bombardeio de Israel ao Irã, na noite da última quinta-feira (12). Em nota publicada na manhã desta sexta-feira (13), o Itamaraty classificou o ataque como uma “clara violação à soberania” iraniana e um risco para a paz.
“O governo brasileiro expressa firme condenação e acompanha com forte preocupação a ofensiva aérea israelense lançada na última madrugada contra o Irã, em clara violação à soberania desse país e ao direito internacional. Os ataques ameaçam mergulhar toda a região em conflito de ampla dimensão, com elevado risco para a paz, a segurança e a economia mundial”, diz o governo brasileiro.
Além disso, o Brasil estuda a possibilidade de romper relações militares com o governo de Israel, segundo informações da Agência Brasil. Ao veículo, o assessor especial da Presidência, Celso Amorim, disse que a medida seria “coerente” com os princípios que o país adota.
“Pessoalmente, acredito que a escalada dos massacres em Gaza, que constituem verdadeiro genocídio com milhares de civis mortos, incluindo crianças, é algo que não pode ser minimizado. O Brasil precisa, inclusive, por meio das medidas apropriadas, ser coerente com os princípios humanitários e de direito internacional que sempre defendeu", declarou.
Amorim, que já chefiou o Itamaraty e é o principal conselheiro de Lula em assuntos de política externa, recebeu nesta semana um grupo de parlamentares da base governista que pediram o rompimento de todas as relações diplomáticas e comerciais com Israel.
A crise em Gaza já fez com que o Ministério da Defesa, no início deste ano, cancelasse uma compra de blindados israelenses.
As medidas do governo brasileiro refletem a relação ruim entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu. Por fortes críticas feitas aos ataques de Israel na Faixa de Gaza, Lula já foi declarado “persona non grata” pelo governo do país do Oriente Médio.