Um discurso do comandante militar do Sudeste, general Tomás Ribeiro Paiva, feito às tropas na quarta-feira (18) e que ganhou as redes sociais nesta sexta-feira (20), apresentou o mais direto recado aos que defendem que as Forças Armadas atuem para reverter o resultado das eleições. O general afirmou que o Exército é uma instituição de Estado e que o resultado das urnas deve ser respeitado independentemente das posições pessoais de um outro militar.

"Ser militar é isso. É ser profissional, é respeitar a hierarquia e a disciplina. É ser coeso, é ser íntegro, é ter espírito de corpo, é defender a pátria, é ser uma instituição de Estado, apolítica, apartidária. Não interessa quem está no comando, a gente via cumprir a missão do mesmo jeito. Isso é ser militar. É não ter corrente. Isso não significa que o cara não seja um cidadão, que não possa exercer o seu direito, ter sua opinião. Ele pode ter. Mas ele não pode manifestar", disse Tomás Ribeiro Paiva, em cerimônia em homenagem a militar mortos no Haiti.

O comandante  ainda afirmou que o militar pode "ouvir muita coisa, muita gente falando com ele", pedindo que "faça isso ou faça aquilo", mas que ele deve fazer "o que é correto, mesmo que o correto seja impopular".

"Democracia pressupõe liberdade, garantias individuais, políticas públicas e também é o regime do povo. Alternância de poder. É o voto. E quando a gente vota, tem que respeitar o resultado da urna. Não interessa. Tem que respeitar. É isso que se faz. Essa é a convicção que ele (militar) tem que ter. Mesmo que a gente não goste, nem sempre a gente gota, nem sempre a gente queria. Não interessa. Esse é o papel de quem é uma instituição de Estado. Uma instituição que respeita os valores da pátria", enfatizou.

Veja a fala do general Tomás Ribeiro Paiva:

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