Torcedores associados do Corinthians se reuniram no Parque São Jorge na manhã deste sábado (14) para cobrar uma reforma no estatudo do clube. O protesto conta com o apoio de diversos personagens políticos do clube e também da Gaviões da Fiel, que já esteve na sede social neste mês para pressionar por mudanças. O presidente interino Osmar Stabile conversou com exclusividade com a reportagem.

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Segundo o mandatário, que tem cargo provisório no clube por cerca de dois meses, o clube não pode esperar por mudanças. Apesar de um curto período no comando do Corinthians, Stabile quer que mudanças aconteçam e, para isso, tomará decisões mais urgentes.

Confira a entrevista exclusiva com Osmar Stabile, presidente interino do Corinthians:

Qual sua visão em relação à reforma do estatudo, é a favor ou contra?

- Eu sou favorável. Eu já fiz parte de uma comissão para reforma no estatuto no ado e não evoluiu. Então, hoje a gente está trabalhando no Conselho Deliberativo, trabalhando para fazer as mudanças que os associados, os torcedores, os conselheiros colocaram para ser votados tanto no Conselho como também na Assembleia Geral dos Associados. E que o presidente tem que fazer como presidente, porque não é o presidente que decide, ele simplesmente dá apoio. A gente está disponibilizando coisa técnica, né? Salas de reuniões que não tinha antes, o presidente do Conselho pediu para que eu disponibilizasse, já foi disponibilizado, para que eles possam trabalhar.

Esse apoio, que é obrigatório do presidente fazer, que não tinha antes, que o presidente do Conselho sempre reclamava, que não conseguia, e agora, eu coloquei à disposição, tanto que no dia 5 eu ei um documento para o Conselho Deliberativo, dizendo que a atual diretoria está à disposição para que dê continuidade a esse processo, que é importante, para que a gente possa evoluir, e para istrar, dar continuidade a essa istração, é necessário a gente ter um estatuto forte, que nos dê apoio, que dê condições, nos dê apoio entre aspas, dê apoio ao Corinthians, eu costumo dizer que é uma oportunidade para resolver os problemas, e precisa de apoio para isso.

Dificilmente, a gente vai conseguir fazer isso sozinho. Eu tenho 60 dias de istração. Preciso ter a maioria. A gente fez uma apresentação já no correo, nas contas verdadeiras, eu não quero números escondidos, quero um verdadeiro pra gente saber como vai fazer daí pra frente. Porque se você não tem números verdadeiros, como é que você vai tomar ação? Não dá. Então, o que nós estamos fazendo é isso, tem uma série de ações que nós estamos tomando pra poder organizar. Eu falei lá no começo que a gente ia organizar os apartamentos, colocar métodos, disciplina e arrumar o grupo dos apartamentos, né? O incrível é que eu fui verificar o fluxo de caixa, no primeiro dia que estive aqui, o fluxo de caixa não existia. Eles montam lá, vão montar, pra semana que vem vai ter fluxo de caixa. Hoje, a gente já tem.

Como é negociar jogadores e contas sabendo que seu cargo vai até agosto?

- Nós temos que entender que o Corinthians é muito grande e ele não pode esperar. Então, nesse período, eu estou trabalhando com vocês, vocês que vivem aqui eternamente, eu tenho que trabalhar dessa forma, não dá pra eu ficar pensando no que vai acontecer lá no futuro. Eu tenho que trabalhar agora, o Corinthians está precisando agora. Se eu pensar nisso, eu não istro. Se eu pensar em política agora eu não istro. Eu tenho que pensar no melhor Corinthians neste momento. Se eu vou sair daqui a 60 dias, pouco importa. Portanto, eu vou deixar a marca do que nós estamos fazendo. A organização, a disciplina, alguma ação com Corinthians.

A questão do estatudo divide opiniões no Conselho mais do que na torcida. Como se posicionar em relação a isso e não perder a maioria do Conselho?

- Eu penso em resolver, quebrar um monte de paradigmas que existem aqui dentro do Corinthians. E aí, com certeza absoluta, vai ter que fazer. Não dá para esperar mais essa quebra de paradigmas. Eu sei que isso vai ser difícil, mas em nome do Corinthians eu vou ter que fazer. Eu vou ter que quebrar paradigmas, eu vou ter que trabalhar violentamente. Os interesses políticos vão ter que ficar de lado.

Já pode ir ao banheiro tranquilamente, ninguém vai pegar a sua cadeira? (risos)

- Está tranquilo, eu estou com o pessoal tranquilo aí, no sábado foi uma loucura, as pessoas queriam de qualquer forma tirar a cadeira. Felizmente o melhor por isso aconteceu.

Vai torcer por quem no Mundial de Clubes da Fifa? Pelo Palmeiras?

- Não, eu torço só pelo Corinthians. Eu não torço por time nenhum da Europa, nenhum do Brasil, eu torço pelo Corinthians. O Corinthians é meu time, se ele estivesse no Mundial, eu estaria lá apoiando, como eu fui para o Japão. Gosto de ver futebol, independentemente de qual time esteja jogando. Mas meu time é o Corinthians desde pequeno, não tem como torcer por outro time.

Protesto da torcida do Corinthians
Foto: Vitor Guedes / Lance!