Sentimos muito.

Não digo isto pois me lamento, afirmo, pois, é uma verdade. Somente no pé contamos com cerca de 70 mil terminações nervosas, imaginem então, o que o resto do corpo não contém?

Os nervos são “seres” sociais, precisam de estímulos externos para que transmitam as sensações, nem sempre agradáveis.

Assim como na vida, enfrentamos altos e baixos, o mesmo nervo é capaz de transmitir diversas sensações, da dor ao prazer.

Nervos saudáveis são silenciosos na ausência de estímulos, ou seja, não se fazem perceber e não transmitem nenhuma sensação.

A não integridade do nervo faz com que, mesmo sem estímulo, o nervo se manifeste; criando sensações diversas e desagradáveis, como: fincadas, pontadas, sensação de peso, queimação, coceira... Essas sensações trazem consigo muita confusão ao indivíduo que é afetado pela polineuropatia, ou doença dos nervos. Muitas vezes, a própria característica de confusão é uma pista para a chegada ao diagnóstico.

Raramente apenas um nervo é lesado neste quadro, casos assim, são comumente observados em situações de trauma, e o termo usado é apenas neuropatia.

O caminho até a polineuropatia é múltiplo, é raro que um fator isolado a cause, sendo geralmente um acúmulo de hábitos nocivos que danificam os nervos.

Existem diversos graus de polineuropatia, paradoxalmente no nível menos grave ela pode ser mais dolorosa. Isso ocorre pois o nervo possui camadas, semelhantes às de uma cebola. As camadas mais externas são as responsáveis pela transmissão das sensações, dor incluso, este mecanismo é protetivo, uma vez que, se não tivéssemos sensações dolorosas seríamos incapazes de perceber o adoecimento.

Caso o dano ao nervo progrida, as camadas sensitivas serão totalmente destruídas e pararão de transmitir a dor e qualquer outra sensação. O perigo deste momento é que a pessoa afetada pelo problema pensa que se curou, pois seu desconforto foi embora, no entanto as próximas camadas dos nervos a serem lesadas são as responsáveis pelo movimento e ocorre uma redução progressiva da capacidade motora.

Sabemos muito sobre como proteger os ossos e atualmente já é mais popular a ideia de que precisamos preservar também os músculos, no entanto, caso não protejamos os nervos, a preservação dos ossos e músculos perde o propósito.

A ideia parece dramática, mas precisamos nos lembrar de que quem impulsiona a função dos músculos, fazendo com que eles percam ou não potência motora são os nervos, e regiões sem enervação perdem muito cálcio e outros minerais vitais para a saúde do osso.

Muitas pessoas confundem tendões com nervos, mas os nervos não são perceptíveis externamente.

Conversaremos mais sobre como preservar essa estrutura quase invisível, por hora é bom focar em manter um estilo de vida moderado com atividade física, muita água e pouco açúcar, essas pequenas e efetivas ações já são um bom primeiro o para SENTIR-SE bem. (@dra.meirasouza)