BRASÍLIA - O vice-presidente da República e ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, repetiu nesta quarta-feira (12) que o Brasil vai adotar uma postura de “diálogo” com os Estados Unidos, após decisão do presidente Donald Trump de anunciar a taxação do aço e do alumínio brasileiros.
O governo brasileiro tem adotado uma postura de cautela, mas a medida afeta o Brasil, que é o segundo maior fornecedor de aço para os Estados Unidos, atrás apenas do Canadá.
"Olha, [a taxação] não foi contra o Brasil. A alíquota que foi imposta foi para o mundo inteiro. Não foi discriminatória. Os EUA são um importante parceiro comercial do Brasil. [...] Isso é do cotidiano. Todo o dia você tem essas questões de alteração tarifária. O caminho é diálogo, nós vamos procurar o governo norte-americano para buscar a melhor solução", disse Alckmin.
Em entrevista a jornalistas, o vice-presidente afirmou que conversou com a embaixadora brasileira em Washington, Maria Luiza Viotti, para que seja realizado um encontro com o governo norte-americano em busca de uma solução para as tarifas, que têm impacto direto sobre as exportações do Brasil.
Além disso, o vice-presidente adiantou que existe a possibilidade de o Brasil negociar cotas para exportar determinada quantidade de aço e alumínio aos EUA sem pagar a íntegra da taxação. "Essa é uma boa solução [cotas]. O caminho é o diálogo. Estamos abertos, tem várias alternativas, uma delas é o estabelecimento de cotas", disse.
No primeiro mandato de Trump, entre 2017 e 2021, também houve o estabelecimento de tarifas adicionais sobre o aço brasileiro. Depois, o governo norte-americano abriu cotas de exportação do produto brasileiro aos Estados Unidos sem taxa extra. Mas, em seguida, abandonou as medidas.
Na terça-feira (11), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve se reunir com os ministros nos próximos dias para debater a taxação em 25% de todas as importações de aço e de alumínio. Segundo ele, o encontro deve ser coordenado pelo Ministério de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.